sábado, 8 de agosto de 2009

Os (des)valores de uma política desumanizada

Estou arrasado, sentindo-me ludibriado, ridicularizado! Meus pais sempre me ensinaram que não devemos roubar nem fazer prevalecer nossa vontade à forma de Maquiavel... O que vejo acontecer, porém, é diferente. Parece que quando nos tornamos adultos, os valores que aprendemos quando crianças são postos em descrédito. Não que eu desconsidere hoje o que apreendi antes. Mas o que vejo ao meu redor é uma desvirtuação completa dos valores que chamamos de humanos. Falo mais especificamente sobre o nosso concidadão José Sarney que acha-se no direito de fazer o que quiser enquanto presidente de uma casa de poder. Nomeia quem quer, favorece os que deseja favorecer e não deseja se submeter a uma investigação decente. Aliás, essa palavra decente não cabe em nenhum contexto dentro daquele Senado federal. Eu queria muito que alguém aliviasse o meu pesar ao me lembrar de algum fato em que essa casa política deu um bom exemplo de cumprimento da moral.

Agora, pergunto a quem puder me responder: se ele está sendo acusado de tantas irregularidades, como pode-se simplesmente arquivar as indagações? Isso aconteceria com um ladrão comum se ele alegasse inocência? Ao meu ver, qualquer que é suspeito de um crime é investigado por autoridades. O que torna esse homem excepcional? Que valores aquelas pessoas de terno e gravata aprenderam de seus pais? Não foi o do respeito aos valores humanos, ao patrimônio público, aos interesses sociais?

Sinto-me enfraquecido pela impunidade, sinto-me pequeno por um instante. Mas sei que sou muito mais forte do que esses homens porque tenho valores que amo, porque aprendi com meus pais o sentido de tê-los, de propagá-los a fim de se obter uma sociedade justa, igualitária, onde todos têm seus direitos preservados e respeitados, onde a justiça valha para todos.

2 comentários:

  1. Dai a necessidade que vejo Ivan de falarmos sobre o assunto, debatê-lo e incentivar o surgimento de vocações neste segmento. abç!

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  2. Mestre Ivan, há quanto tempo... Você já colocou os pingos nos ís, quando tocou no âmago da qualquer crise que nos aflinja na atualidade (seja política, profissional, interpessoal), qual seja uma crise de valores. Não é novidade a idéia de que se precisa ser cretino ou "esperto" para se dar bem. Com várias novas roupagens esse conceito nos vem se apresentando durante toda a História da Humanidade. Mas gostaria de salientar um agravante: nunca o ser humano passou por um período de tamanha descrença. Não falo apenas em relação a Deus não, mas em relação a qualquer coisa que o homem reconheça como maior que sua própria vontade (como ética, pátria, humanidade). Ora a fórmula é simples: se creio que minha vontade é a medida do universo, eu não sou capaz de reconhecer o outro. Quando eu não enxergo o meu próximo, eu vou atropelando até o dia em que serei atropelado por alguém mais forte. Disso surge o estado constante de guerra e insegurança, ou seja: nosso cotidiano. Ah! Como nos faz falta os conceitos "fora-de-moda" que nos tornavam tão humanos.
    Abraão Santana

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